PAINEL ELETRÔNICO

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O ACESSO À TERRA DAS FAMÍLIAS DE CACHOEIRINHA EM CARAÚBAS

Açude da comunidade é usado para criar peixes e abastecer as 14 casas das
 familias que la vivem

As famílias da comunidade de Cachoeirinha, na zona rural de Caraúbas, semi-árido do Rio Grande do Norte, moravam em Boágua 3, pertencente ao Senhor de Joel. Ele era um bom patrão, tanto que não disse nada quando os moradores se uniram para fundar uma associação e até doou um pedaço do terreno para que fossem construídos um açude e uma horta coletiva. Mas em 2003, os trabalhadores descobriram que ele estava para vender a terra.
 São 14 familias que vivem na comunidade de cachoerinha


Todo mundo ficou desolado. Com um novo dono eles poderiam perder seus projetos e ter de se mudar.  Mas aí, a presidente da associação, Ilma Maria, resolveu pedir ajuda à assessoria técnica da ATOS  (Assessoria, Consultoria  e  Capacitação  Orientada Sustentável) e foi orientada a procurar Crédito Fundiário. Esse é um programa do governo federal que financia a compra de terras para associações da agricultura familiar.
Seu Cleomar e dona Mirian mostram a produção de milho

Depois do primeiro contato, os técnicos do programa Crédito Fundiário foram até  a comunidade  explicar como  tudo funcionava. Em seguida a pauta foi colocada para votação e, das 34 famílias, apenas 15 quiseram comprar a terra.  Uma pessoa saiu depois devido a problemas de saúde. Os que ficaram fundaram a associação de Cachoeirinha e conseguiram a liberação de 168 mil reais. 63 mil foi usado para pagar a terra.  Os outros 105 mil reais foi liberado a fundo perdido, para construir casas, comprar um trator e patrocinar outros projetos.


Seu Alexandre, a esposa e o filho em frente a casa

A terra de 250 hectares foi dividia, ficando cada família com uma média de 16 hectares. Dona Ilma explicou que as famílias que não quiseram fazer parte do grupo, continuaram com a antiga associação. Os novos assentados aproveitaram  a  vasta área de carnaubeira para  implantar um projeto de palha e cera. Também começaram a criar abelha, pequenos animais e peixes no açude. O trator serve para cortar as áreas dos associados no inverno, mas também de agricultores de fora, gerando  renda que é usada para pagar a

prestação da  terra. Todo ano, as 14 famílias precisam pagar uma parcela de 5 mil  reais.

Dona Ilma e sua plantação de hortaliças orgânicas
Seu Cleomar Tavares da Silva e sua esposa Antônia Mirian disseram que suas vidas ficaram melhor depois que compraram a terra. Para ele, quando se passa a ser dono da propriedade é sinal de que a vida está melhorando. Além de plantar durante o tempo chuvoso, eles também criam pequenos animais como ovelha, gado e galinha.

Mauro Alexandre Camilo de Oliveira e sua esposa Gesilda Viana também são muito contentes com a conquista da  terra. Eles têm dois filhos, uma moça e um rapaz, que ajudam na produção.  Cria gado, ovelha e plantam feijão e milho. Com as economias que fizeram, conseguiram comprar outro pedacinho de terra na frente de sua casa de uma área vizinha a da associação. Dona Ilma Maria, que mora com os pais e um irmão, conquistou recentemente um projeto para produção de hortaliças orgânicas.  Ela disse que a compra da terra foi uma solução para que os projetos já conquistados e o sonho de muitas vidas da associação não se acabassem.

Por: Gleydson Linhares

Nenhum comentário:

Postar um comentário