Continente com a maior
disponibilidade de água por pessoa, a América Latina contabiliza mais de 50
milhões de pessoas sem acesso à água de qualidade e um número maior ainda que
não desfruta do serviço de saneamento. O acesso à água foi reconhecido pelas Organizações
das Nações Unidas (ONU), em 2010, como um direito humano essencial à vida. Para
encontrar respostas para este problema, a sociedade civil latina americana tem
desenvolvido experiências de gestão comunitária de água.
As organizações que cuidam
da gestão de água em 15 países latinos estão reunidas desde quarta-feira (18)
até amanhã (20), no III Encontro Latinoamericano de Gestão Comunitária de Água
e Saneamiento, que acontece na cidade de Cuenca, no Equador. O objetivo do
encontro é fortalecer estas iniciativas e promover a troca de experiências e
aprendizados neste campo.
O Brasil é representado pela
Articulação no Semiárido (ASA), uma rede de mais de mil entidades da sociedade
civil que atuam na região semiárida propondo e executando políticas públicas de
acesso à água. Um dos eixos centrais do trabalho da ASA é estimular a
organização política das comunidades rurais para garantir água potável ao lado
de casa, entre outras conquistas que permitem uma vida digna no campo para
famílias agricultoras. Através da ASA, mais de um milhão e meio de pessoas
desfrutam de mais de seis bilhões de litros de água acumulados em cisternas de
16 mil litros.
No primeiro dia do evento, a
ASA participou de uma mesa que discutiu a associação comunitária de água para
consumo humano. Os coordenadores executivos da ASA pelo estado de Alagoas,
Mardônio da Graça, e de Minas Gerais, Marilene Souza, contribuíram com o debate
sobre os desafios naturais das organizações comunitárias com esta finalidade.
Uma das apoiadoras do
evento, a Avina estima que existam mais de 80 mil Organizações Comunitárias de
Serviços de Água e Saneamento (Ocsas) no continente. Segundo o Banco Mundial,
estas organizações gerenciam o acesso à água para mais de 40 milhões de pessoas
e têm capacidade de atender a mais 18 milhões.
“Além de contribuir para
melhorar a saúde de suas comunidades ofertando água segura, as Ocsas promovem
valores democráticos, fomentan a liderança feminina, contribuem com a proteção
do meio ambiente e o uso racional da água. As Ocsas não são atores transitórios
e vêm dando uma resposta histórica com alto conteúdo social, muitas vezes não
reconhecida, nem coordenada de forma adequada pelos Estados”, atesta um trecho
de um documento circulado entre os palestrantes do encontro.
O evento está sendo
organizado pela Confederação Latinoamericana de Organizações Comunitárias de
Serviços de Água e Saneamento (Clocsas).
Para mais informações, acesse: http://www.aguanuestra.org
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